E o amor nos sufocou,
com toda a sua inquietação, medo e ansiedade,
e em todas as suas formas.
Agora não mais como antes,
quando em abraços,
suavámos e perdíamos o fôlego,
como quando você engolia meu nariz
ou num beijo roubava meu ar.
Agora ele abafa,
é claustrofóbico,
é um quarto escuro e vazio
ficando cada vez mais apertado.
E, aos poucos, nossa respiração
foi ficando pesada,
rarefeita,
com intervalos
cada vez mais distantes.
Nos distanciamos.
Expirar e inspirar:
Nos expiramos, nos deixamos vencer,
nos estragamos, nos perdemos um do outro;
Não nos inspiramos mais,
e no fim só sobrou a fumaça
preenchendo nossos pulmões,
intoxicando nossos corações.
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