regionalismos de segunda
sou retirante de uma
estrada sem curva
um passo aqui
outro acolá
e meu sertão nunca
vira mar
sou a carpideira
que derrama lágrimas
por todos os filhos,
pais e avôs
mas cujo luto
é uma constante dor
sou a criança
que esfaqueia a cana
com as próprias mãos
em troca de um
trabalho assalariado
que mal dá
pra comprar o pão
sou o cabra-da-peste
com quem ninguém
se mete
sou filho
desse interior
que de inferior
não tem nenhum tostão.
3 comentários:
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Caralho, hoje é domingo!
Adorei - principalmente o parágrafo que finalizou. :3
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