domingo, 26 de agosto de 2012

regionalismos de segunda


sou retirante de uma
estrada sem curva
um passo aqui
outro acolá
e meu sertão nunca
vira mar

sou a carpideira
que derrama lágrimas
por todos os filhos,
pais e avôs
mas cujo luto
é uma constante dor

sou a criança
que esfaqueia a cana
com as próprias mãos
em troca de um
trabalho assalariado
que mal dá
pra comprar o pão

sou o cabra-da-peste
com quem ninguém
se mete
sou filho
desse interior
que de inferior
não tem nenhum tostão.

3 comentários:

Anonymous disse...

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Anonymous disse...

Caralho, hoje é domingo!

A Poetisa Aprendiz. disse...

Adorei - principalmente o parágrafo que finalizou. :3